sábado, 5 de julho de 2008

Uma final para a História


Amanhã, a partir das 10:00h, com transmissão ao vivo pelo Sportv e Globo.com, assistiremos mais um capítulo da História do esporte ser escrita. Roger Federer, tenista número 1 do mundo, enfrenta Rafael Nadal, espanhol número 2, na final do torneio masculino de Wimbledon. Para mim é um dos pontos altos do ano: é meu segundo esporte, no meu torneio preferido.

Pentacampeão consecutivo na grama inglesa, Federer pode superar o lendário Bjorn Borg se conseguir o sexto troféu em seqüência. E ficar a um passo de igualar os incríveis recordes do meu grande ídolo e não menos incrível Pete Sampras, que venceu 7 vezes em Wimbledon em 8 anos e conqustou 14 títulos de Grand Slam na brilhante carreira.

Para isso, basta vencer Rafael Nadal, especialista em saibro e vencido por Federer nas duas últimas finais de Wimbledon. Federer está a 65 jogos invicto na grama. Não perde uma partida em Wimbledon desde a edição de 2002.

Parece fácil, não? Pois a tarefa de Federer será inglória. Nadal está provavelmente na melhor fase da carreira. Superou problemas físicos, um problema no pé crônico, que inclusive o fez mudar de estilo ao correr e jogar. Agora ele tenta evitar trocas intermináveis de bola no fundo, tenta sempre tomar a iniciativa do ponto, fazendo o adversário correr e não ele. Atropelou todos os adversários em Roland Garros um mês atrás, vencendo todos os jogos que disputou em sets diretos. Massacrou Federer na final, com um direito a pneu no terceiro set.

Tudo bem, saibro é (muito) diferente de grama. Na terra, a bola quica alto, o pó de tijolo prende a bola, que anda menos, tornando o piso lento. Além disso, os tenistas conseguem deslizar e chegar em bolas que não chegariam em outros pisos. Na grama é o oposto: a bola mal quica, sobe pouco depois de tocar o solo, o que faz com que os tenistas precisem estar sempre com os joelhos mais arqueados que o normal. Além disso não permite deslizamentos. A soma do quique baixo com impossibilidade de deslizamento faz com que os jogadores tenham que estar sempre bem colocados, "dentro" da bola, para realizar o golpe com precisão. Esta característica favorece os jogadores de saque e voleio, exatamente o que Nadal não é.


Mesmo assim, vou usar uma frase que nunca pensei que fosse usar na vida: acho que amanhã Nadal vence a final. O espanhol está jogando em um nível elevadíssimo, acima de todos os demais do circuito (Federer inclusive). A força mental do espanhol é algo de espantoso. Não me lembro de ter visto algo igual em qualquer esporte, em qualquer época. O modo com que ganhou em Roland Garros o encheu de moral. E ser campeão de Queen's, vencendo Novak Djokovic na final, deu a certeza para ele que é possível vencer em Wimbledon.

Em 1981, Borg lutava pelo sexto título seguido na grama inglesa. Enfrentou na final o americano John McEnroe, que havia sido batido por ele na final do ano anterior. Depois de 5 sets e mais de 4 horas de jogo, McEnroe venceu e impediu o hexa do sueco. Rafael Nadal tem a chance de repetir a história, 17 anos depois.

E você, o que acha, vai dar Federer de novo ou Nadal vai surpreender o mundo do tênis? Deixe seu palpite na caixinha de comentários.

Nenhum comentário: