quarta-feira, 2 de julho de 2008

Competência faz diferença


O técnico da seleção brasileira de basquete, o espanhol Moncho Monsalve, fez em pouco tempo o que técnicos brasileiros não conseguem há pelo menos oito anos. Com menos de dois meses comandando o Brasil, Moncho percebeu que o verdadeiro ponto forte do time (e da atual geração) é o jogo de garrafão. Nunca tivemos uma geração tão prodigiosa na posição, uma vez que sempre privilegiamos alas, armadores e o modo de jogar americanizado.

Lula Ferreira e Helio Rubens não tiveram a perspicácia (talvez qualidade?) para perceber que jogadores como Leandrinho Barbosa, Marcelinho Machado e Marcelinho Huertas deveriam dar suporte para o jogo de garrafão. São três jogadores de qualidade indiscutível, mas que não deviam dar o ritmo de jogo do time e sim jogarem para facilitar os pivôs, estes sim, os verdadeiros astros do time brasileiro. O resultado da teimosia (ou seria falta de visão?) é aterrador: há duas olimpíadas que sequer nos classificamos. É absurdo ter que aceitar que a provável geração mais talentosa da história do basquete brasileiro não se classifique para três Olimpíadas consecutivas.

Jogadores do nível de Thiago Splitter, Rafael Baby, JP Batista, Murilo e Ricardo Probst estão treinando com a seleção para o Pré-Olímpico Mundial, que vai acontecer em Atenas neste mês de julho. Moncho ainda perdeu três jogadores importantes na posição, dois deles prováveis titulares do time: Nenê e Anderson Varejão (o terceiro é Paulão). Em vez de se lamentar, Moncho tratou de elogiar os que estão treinando com ele, aumentando a moral dos jogadores:

- Aqui temos muito talento. O Brasil é o melhor país do mundo em pivôs.

Não sei se é um exagero, até porque não sou especialista, muito menos técnico da seleção, mas se olharmos a convocação dos EUA, favoritíssimo ao ouro, com apenas Dwight Howard como pivô de ofício, talvez Moncho saiba o que está falando.

O Pré-Olímpico Mundial será encardidíssimo. Grécia (que vai jogar em casa), Croácia, Alemanha (do craque Dirk Nowitzky, do Dallas Mavs), Eslovênia (de Rasho Nesterovic, do Toronto Raptors) e Porto Rico (de Carlos Arroyo, do Orlando Magic) vão estar na disputa com o Brasil por apenas 3 vagas. Certamente se qualquer destas seleções ganhar uma medalha em Pequim não será surpresa nenhuma.

Apesar da dificuldade enorme e de todo o esforço que o bagunçado basquete brasileiro faz para se afundar cada vez mais, vou torcer muito pelo Brasil no Pré-Olímpico. O Moncho merece pelo menos isso.

Nenhum comentário: