sábado, 19 de julho de 2008

Θα σας δούμε στο Λονδίνο (ελπίζω ναι!)


O buraco em que o basquete brasileiro se meteu realmente é bastante fundo. Li que o sonho olímpico do Brasil parou em Dirk Nowitzki. Não concordo. O Brasil não tem um sonho olímpico, pelo menos não a CBB. Nós, brasileiros que gostam de basquete, temos. Parece que os homens que dirigem o esporte no país, não. E o nosso sonho olímpico parou nas mãos destes.

O basquete brasileiro vive o momento mais negro da história. Chegamos ao fundo do poço. E o que dá mais raiva: chegamos lá com uma das gerações mais talentosas de jogadores da história brasileira. E por que esta geração não consegue sair do fundo?

Não adianta apenas culpar os dirigentes, realmente os maiores responsáveis. Jogadores e técnicos também têm suas parcelas de culpa. Os brasileiros ignoram solenemente a consciência tática, importantíssima em esportes coletivos, que sobra à elite mundial do basquete. Moncho Monsalve ainda tentou dar um pouco de consistência tática e posicionamento defensivo ao nosso time, no pouquíssimo tempo que teve para trabalhar. Ainda assim notou-se uma melhora neste aspecto, vista nos amistosos de preparação e no jogo contra o Líbano. Mas aí vieram Grécia e Alemanha - onde o buraco é bem mais embaixo - e fomos arremessados de volta ao nosso lugar, com todas as fragilidades expostas.

Moncho nem é um técnico de primeira linha na Europa. Nunca dirigiu um time ou seleção de ponta. Mesmo assim está muito, muito mesmo, à frente dos nossos técnicos. Para estar adiantado de gente como Lula Ferreira ou Helio Rubens, realmente nem precisa ser de ponta. Basta conhecer um pouco. E vocês pensam que os técnicos brasileiros aproveitaram a presença de um estrangeiro para acompanhar de perto a preparação, tentar conhecer os métodos de treino e jogo? Nada! A empáfia e a vaidade não os deixam evoluir. E o nosso basquete segue sofrendo.

Atacar é bom, é lindo, sou um entusiasta dos jogos francos. Mas não se vence uma partida apenas atacando. Muito menos um campeonato. E em qualquer esporte é assim, este é um mal que assola os atletas brasileiros. Parecemos patetas, “rifando” a bola de qualquer jeito, queimando ataques com chutes precipitados de 3 pontos, sem que o rebote esteja a postos. E defensivamente somos “uma mãe”. Moncho em um mês conseguiu melhorar um pouco o conceito defensivo, fazendo os jogadores entenderem que precisavam reforçar o garrafão e aproveitar a geração de pivôs extraordinária que temos. Mas acabou criando um cobertor curto, o Brasil se ressentiu da marcação no perímetro e Pascal Roller ontem fez a festa, enchendo o balaio brasileiro de bolas de 3. Também tivemos problemas para superá-los no ataque, quando paramos na muralha alemã.

Vejam o exemplo da Grécia. Ontem venceram a Nova Zelândia, classificando-se para a semifinal. Os neozelandeses sempre foram conhecidos pela capacidade nos tiros de longa distância. Pois sabem quanto foi o jogo? 75 a 48! Isso mesmo, os gregos permitiram ao bom ataque adversário, que já havia enchido a Alemanha de bolas de 3 na primeira fase, apenas 48 pontos! Nenhum neozelandês chegou a marcar 10 pontos, o cestinha do time fez 9. E reforço, a Nova Zelândia não é o Líbano. Realmente a Grécia não é vice-campeã mundial e campeã européia por acaso.

Mas, como só se cura uma doença quando admitimos tê-la, parece que algo está sendo feito. O presidente da CBB disse que não deve dispensar Moncho Monsalve. Hoje está acontecendo uma reunião na sede do Flamengo, onde está sendo definindo que a CBB cuidará das seleções e da formação de técnicos. Os campeonatos serão tocados pelos clubes, em ligas. Vamos aguardar. E torcer que esta grande geração, que pode até nos trazer uma medalha olímpica de Londres, se bem trabalhada, não seja jogada pelo ralo.

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O título deste post é "Te vejo em Londres (espero!)", em grego.

Um comentário:

Unknown disse...

Que isto sirva de exemplo para a CBF.