sábado, 22 de novembro de 2008

Semana de altos e baixos

A semana da NBA teve como grande notícia uma quebra de recorde obtida pelo cracaço LeBron James. O ala do Cleveland Cavaliers se tornou o mais jovem jogador a atingir a marca de 11.000 pontos na carreira, ao marcar 31 contra o New Jersey Nets, na quarta-feira. LeBron alcançou a meta com 23 anos e 324 dias. O recordista anterior era Kobe Bryant, com 25 anos e 99 dias. Provavelmente todos os recordes de pontos por idade deverão ser quebrados pelo gênio Lebron James.

Apesar da grande notícia, a semana não teve apenas louros para o Cavs. No dia seguinte o time viu sua série de oito vitórias seguidas ser quebrada pelo Detroit Pistons, que já havia tirado a invencibilidade do Los Angeles Lakers na semana passada. Para piorar, LeBron teve uma péssima atuação (para os níveis dele, frise-se). O ala marcou 25 pontos, pegou 6 rebotes e deu 6 assistências. Ué, jogou mal? Pois é, às vezes os scouts enganam. LeBron foi parado pela fortíssima marcação do Detroit, que lhe forçou um pífio aproveitamento nos arremessos de quadra: 8 acertos em 21 tentativas de 2 pontos (38% de aproveitamento), 0 em 4 nos lances de 3 pontos.

Já o Detroit, depois da grande atuação contra o Cavs, foi surrado pelo Boston Celtics, no TD Banknorth Garden. Depois de terminar o primeiro quarto empatados em 21, o que se viu no segundo e terceiro foram verdadeiros bailes verdes. Nove pontos de vantagem no segundo, onze no terceiro. O Boston entrou no último período vencendo por 20 e puxou o freio de mão. Acabou o jogo com uma vitória por 98 a 80. Rajon Rondo foi o destaque, anotando 18 pontos e fazendo 8 assistências. Ainda teve o mérito de anular a principal força ofensiva do adversário. Allen Iverson anotou apenas 16 pontos, depois de ter marcado 10 no primeiro confronto entre as equipes, em Detroit, mostrando sua dificuldade quando enfrenta uma defesa forte.

Leste mais forte que Oeste

É comum escutar que, de modo geral, os times do Leste são mais fracos do que os do Oeste. Eu mesmo sou ardoroso defensor desta tese. Mas este início de temporada está mostrando um panorama diferente.

O Oklahoma City Thunder, ex-Seattle Supersonics, tem a pior campanha da NBA (1-12, 7% de aproveitamento). Apesar de o Washington Wizards ter a segunda pior, com 1-9 e 10%, Los Angeles Clippers (2-10) e Minnesota Timberwolves (2-9) reforçam as babas do Oeste. O Wizards ainda tem a desculpa de ter seu craque Gilbert Arenas fora de combate, contundido.

Do outro lado da balança, o Lakers (10-1, 90,9%) lidera a liga, mas está seguido de perto pelo Celtics (12-2, 85,7%). Cavs e Orlando Magic (9-3, 75%), Pistons e Atlanta Hawks (8-4, 66,7%), ainda têm campanhas melhores do que o segundo do Oeste, o Utah Jazz (8-5). Ou seja, o vice-líder do Oeste seria apenas o sexto no Leste.

Mostrando o imenso equilíbrio do Oeste, empatados com o Utah na vice-liderança, aparecem nada menos que Houston Rockets, Phoenix Suns, Portland Trailblazers e Denver Nuggets.

Primo Rico, Primo Pobre

Quem não tem altos e baixos é o Lakers, que segue fazendo a melhor campanha da liga, como visto acima. Mesmo com Kobe somando números modestos para seu padrão (médias de 24,7 pontos, 5 rebotes e 3,7 assistências), o time vem passeando em quadra. O técnico Phil Jackson tem escalado normalmente Vlad Radmanovic, Pau Gasol, Andy Bynum, Kobe Bryant e Derek Fisher como titulares. O técnico já declarou que prefere que seus titulares joguem menos de 34 minutos numa partida. Então, durante o jogo, lança Odom, Ariza, Vujacic e Farmar. O nível não cai. Todos sabem da importância vital de ter um bom banco de reservas no basquete. Vencer um time assim é bastante complicado.


Na quinta foi dada uma mostra desta força. O Lakers sacodiu o Suns, mesmo jogando em Phoenix. A surra poderia ter chegado facilmente aos 20 pontos, se Phil Jackson mantivesse os titulares por mais tempo. Resolveu poupar o time e venceu "apenas" por 105 a 92. Odom saiu do banco para deixar 13 pontos e 9 rebotes a favor do Lakers. Radmanovic acertou as cinco bolas de 3 que tentou.

Ontem foi ainda pior. Na partida contra o remodelado Denver Nuggets, mesmo com Carmelo, Billups e Nenê em quadra, nenhum titular do Lakers jogou sequer 30 minutos. Kobe, por exemplo, sequer pisou em quadra no último período. E mesmo assim o Lakers venceu por 104 a 90. A diferença no início do último quarto era de 21 pontos.

Imaginem como vai ficar quando Kobe resolver entrar em ação...

Enquanto isso, qual é (ou são) o(s) problema(s) do Los Angeles Clippers? Por que um time com Baron Davis, Marcus Camby, Cutino Mobley, Ricky Davis e Chris Kaman, apontado por muitos (eu inclusive) como candidato aos playoffs, joga tão mal assim? Seu ataque só não é pior do que o Charlotte Bobcats. Sua defesa é a quinta mais vazada.

O comentarista Fabio Sormani aponta para o técnico Mike Dunleavy. A melhor passagem de Dunleavy como técnico foi a final perdida para o Chicago Bulls, treinando o Lakers, em 1991. No comando do Clippers há seis temporadas, conseguiu apenas uma classificação para os playoffs. No campeonato passado terminou com patética campanha de 23-59 (28.0% de aproveitamento). Dunleavy inclusive arrumou confusão com Baron Davis, a principal contratação da equipe na temporada.

Grande Decepção

Até o momento, a grande decepção na liga é a campanha do New Orleans Hornets. Apontado como um dos favoritos à final de conferência, o time tem até o momento uma campanha de 6-5. Conseguiram inclusive a proeza de perder para o fraco Sacramento Kings em casa. Para piorar o cenário, o time californiano estava desfalcado de três titulares (Francisco Garcia, Kevin Martin e Mikki Moore).

Certamente a culpa do fiasco não é do armador Chris Paul. O craque lidera a liga em assistências, roubadas de bola e em número de double-doubles.

Mico da Semana

Na semana passada Shaquille O'Neal protagonizou uma cena tragicômica. Nesta, pagou dois micos. O pivô do Phoenix Suns foi expulso na partida contra o Pistons, ainda no primeiro tempo, depois de fazer duas flagrant fouls. Para piorar, na derrota contra o Utah Jazz, levou três tocos no último quarto, sendo que dois foram dados numa diferença 2 segundos, pelo russo Andrei Kirilenko. O primeiro foi dado dois minutos antes, por Paul Millsap (foto ao lado).

Mais do que impedir o adversário marcar pontos, os tocos encheram os donos da casa de moral. Carlos Boozer marcou 14 dos 21 pontos a partir daí e comandou a vitória do Jazz por 109 a 97.

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