quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Hoje começa o Atletismo em Pequim

Ainda nem acabamos de curtir a farra de medalhas e recordes da natação e já vai começar o atletismo. Pra quem gosta, como eu, é mais um motivo de dormir tarde, acordar cedo e depois passar o dia sabe-se lá como. E o atletismo vem com uma grande característica: como é o esporte que mais distribui medalhas nas Olimpíadas, é a chance dos EUA passarem a China no quadro.

Teremos grandes duelos, nos mais diversos estilos. A maior delas, sem dúvida, está reservada para a prova mais nobre do atletismo, os 100 metros rasos, que aponta o homem mais rápido do mundo. E a disputa será intensa: o americano Tyson Gay, atual campeão mundial, medirá forças contra os jamaicanos Usain Bolt, recordista mundial com a incrível marca de 9s72, e Asafa Powell, antigo detentor da marca e que vai contar com a minha torcida. As eliminatórias já começam hoje: logo na primeira bateria teremos a presença de Bolt e do brasileiro Vicente Lenilson, às 22:45h (Brasília). Powell entra na pista na bateria seguinte, acompanhado de Kim Collins, da minúscula ilha de São Cristóvão e Nevis, que assombrou o mundo ao se tornar campeão mundial em 2003. Na quinta bateria teremos Tyson Gay. Duas baterias depois entra na pista o nigeriano naturalizado português Francis Obikwelu, atual vice-campeão olímpico. Outro favorito a estar na final é Derrick Atkins, das Bahamas, que estará na oitava bateria eliminatória.


Teremos também competições que não devem ter muita disputa, mas nem por isso devem ser ignoradas. É o caso do salto com vara feminino, onde somente uma hecatombe impede o bicampeonato olímpico da russa Yelena Isinbaeva. E com grandes chances de mais um recorde mundial.


E ainda teremos a grande estrela chinesa, Liu Xiang, atual campeão olímpico dos 110 metros com barreiras, primeiro ouro chinês no atletismo em Olimpíadas. Xiang vem de um período de contusões e provavelmente não estará no melhor de sua forma. Além disso, ele é de longe o atleta da casa que mais sofre pressão por resultados nos Jogos. É tão ídolo quanto Yao Ming, mas do gigante do basquete os chineses não esperam medalha de ouro. Como os EUA normalmente dominam o quadro de medalhas do atletismo, qualquer ouro para a China neste esporte será importantíssimo. Ainda mais um que já não será inédito.


As esperanças de medalha para o Brasil concentram-se nas provas de salto. Jadel Gregório deve disputar a medalha de ouro com o campeão mundial Nelson Évora, marfinense naturalizado português e o inglês Phillips Idowu, campeão mundial indoor. No Mundial de Osaka o português deixou o brasileiro com a medalha de prata. A esperança é que Jadel dê o troco no evento maior. Em 2008, ele não vem tendo resultados expressivos; seu melhor salto atingiu 17,28m. Mas, diferente de outros anos, preparou seu treinamento para atingir o ápice nos Jogos Olímpicos. Não custa lembrar que ele marcou 17,90m no Grand Prix de Belém do Pará, marca que lhe daria o ouro no Mundial, com muita facilidade. E certamente dará em Pequim.


A outra boa chance está nos pés de Maurren Maggi, no salto em distância. Ainda que tenha duas adversárias atualmente com mais condições, a russa Lyudmila Kolchanova (7,04m em 2008) e a portuguesa Naide Gomes (7,12m em 2008). Se Maurren repetir os 7,02m conseguidos na etapa americana do Grand Prix de 2008, dificilmente a medalha de bronze lhe escapará. E a esperança é que ela possa ir ainda melhor.

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