domingo, 3 de agosto de 2008

The Redemption Team

O Time da Redenção. Assim está sendo chamado o time masculino de basquete dos EUA, que vai à Pequim em busca da dignidade perdida. São doze homens e uma missão: trazer o ouro olímpico de volta para os Estados Unidos.

Desde a primeira participação olímpica do basquete, em 1936, até 1988, os EUA perderam apenas a final de Munique/72, para a URSS. Nas demais edições sempre levou o ouro olímpico. Em 1980 a Iugoslávia se aproveitou do boicote americano aos Jogos de Moscou e papou o ouro. Em 1988, outra vitória soviética e o bronze americano, com a mesma geração que havia perdido o Pan para o Brasil, em casa, no ano anterior.

A luz amarela se acendeu e os EUA começaram uma pressão para levar os profissionais para as Olimpíadas. A FIBA cedeu e em 1992 os fãs do esporte tiveram o prazer de acompanhar a maior esquadra atlética de todos os tempos: o Dream Team, primeiro e único, que passou o rodo em Barcelona/92, ao juntar lendas como Magic Johnson, Michael Jordan, Larry Bird e Karl Malone no mesmo time. Foi a coisa mais espetacular que eu já vi em qualquer esporte.

Um grande time ainda foi formado em Atlanta/96 e os EUA novamente levaram o título, mantendo a supremacia dos profissionais da NBA. Em 2000, um sinal de que algo estava mudando. Os EUA levaram o ouro, mas ganharam jogos no aperto, como a vitória por 2 pontos contra a Lituânia, algo inimaginável entre 1992/1998, quando venciam sempre por pelo menos 20 pontos de diferença.

E daí pra frente... Campanha patética com o sexto lugar no Mundial de 2002, medalha de bronze em Atenas (derrota para a campeã Argentina na semifinal), outro bronze no Mundial de 2006 (derrota para os gregos na semi, que perderam a final para a Espanha). Os adversários, também repletos de jogadores da NBA, não eram mais espectadores de luxo. Os EUA tinham muita dificuldade de bater o basquete tradicional europeu, de muita força física, defesas pesadas e placares baixos. E ainda não contava com a força máxima, pois sempre haviam jogadores que pediam para não integrar a seleção, por diversos motivos pessoais.


Desta vez será diferente, ninguém pediu dispensa, todos os convocados se apresentaram para o técnico Mike Krzyzewski. Confirmando minhas previsões em post anterior, Jason Kidd, Kobe Bryant, Carmelo Anthony, LeBron James e Dwight Howard (foto acima) formarão o quinteto titular que terá a missão de resgatar o orgulho americano. Serão ainda ajudados por reservas de altíssimo nível, como Chris Paul e Dwyane Wade.

Mas não pensem que será fácil. Para ser sincero, vai ser ainda mais difícil do que nos anos anteriores. Espanha, Argentina, Rússia e principalmente a Grécia vão à Pequim com chances tão reais quanto às americanas para levar o ouro. A diferença a favor dos EUA de 2008 em relação aos outros anos é forte: juntou Kobe Bryant e LeBron James, os dois melhores jogadores da atualidade, no mesmo time. Em que pese a ausência de pivôs de ofício, que sobrecarregará o fantástico Howard, os EUA levam para Pequim um time fortíssimo.

A disputa no basquete masculino está totalmente aberta. São cinco times e apenas uma medalha de ouro. Mas certamente será inesquecível ver novamente os americanos com fome de título, e desta vez com uma equipe de respeito. Vai ser lindo ver o combate do jogo de transição, contra-ataques mortais, tiros certeiros de longa distância e enterradas poderosas dos americanos contra o jogo coletivo, pesado e forte, taticamente perfeito, dos gregos. Esta, na minha opinião, será a final olímpica. E aí, amigos, o resultado é imprevisível.

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