sábado, 16 de agosto de 2008

O caminho para o ouro inédito


Como já havia dito antes, não acho muito legal a disputa do futebol nas Olimpíadas. Mas como o esporte está lá, não posso ignorá-lo completamente, ainda mais por ser a grande paixão nacional (e minha também).

No post sobre as chances brasileiras em Pequim, falei que o Brasil estava "com cara de 94/2002". Saiu do Brasil desacreditado, com muita gente fazendo chacota e querendo a cabeça do técnico Dunga. E, não só em 94 ou em 2002, como em outras oportunidades, nestas horas o futebol brasileiro se supera e consegue o improvável.
Como não vi nenhum jogo até agora por inteiro, seria cretinice dizer que A ou B está jogando bem, que C ou D estão decepcionando. Não faço este tipo de coisa. Mas tem algo que pode ser discutido sem entrar neste mérito. É o caminho para a medalha de ouro.

Imaginem que o Brasil pode ser campeão depois de eliminar Camarões (tarefa já cumprida, num jogo onde o pau comeu, do pescoço pra baixo era canela), algoz do Brasil em Sidney, quando eliminaram nas mesmas quartas-de-finais a seleção de Ronaldinho Gaúcho, que naquela ocasião fizera o gol de empate aos 46 do segundo tempo, levando o jogo para a morte súbita, onde o Brasil perdeu, com dois a mais em campo.

Depois, na semifinal de terça, a chance de passar pelos hermanos argentinos, o que sempre é bom e motivacional para o Brasil. Apesar do último jogo (empate no Mineirão pelas Eliminatórias), a Argentina tem se mostrado uma freguesa daquelas. Perdeu as finais da Copa América de 2004 e 2007, além da final da Copa das Confederações. As duas últimas com direito a chocolate na final. Sem contar outro sacode no início da era Dunga, em Londres. Mas como retrospecto não ganha jogo, será uma batalha duríssima, como sempre.

E o grand finale viria depois. Sim, apesar de ter a chance de eliminar os maiores rivais, o ápice seria numa eventual final contra a Nigéria (que disputará a semifinal contra a Bélgica), algoz do Brasil nos Jogos de Atlanta, em 1996. Depois de 24 anos sem conquistar um título de expressão, o Brasil ganhou o tetra nos EUA e encheu-se de moral. Montou um time forte (obviamente nos limites olímpicos), que contava com Bebeto, Rivaldo, Aldair, Dida, Sávio e Ronaldo, que ainda não era o Fenômeno, mas já dera os primeiros passos de uma carreira genial. Foram para Atlanta com a missão quase garantida de conquistar o único título que falta ao futebol brasileiro. Só que ninguém ganha de véspera, nem Michael Phelps. Na semifinal contra Nigéria, embalada depois de enfiar 8 em Gana, o Brasil rapidamente abriu 3 a 1. Mas um tal de Nwankwo Kanu estragou a festa, fez dois gols e levou o jogo para a prorrogação, onde fez mais um, da miserável morte súbita, e mandou a seleção disputar a medalha de bronze (que foi conquistada, por sinal).

Depois de exorcizar Camarões, temos a chance de fazer a Argentina pagar pelo empate no Mineirão e a Nigéria de ter protagonizado um dos capítulos mais duros do futebol brasileiro, para conquistar o histórico e esperado ouro com a alma lavada. Aí sim o COI e a FIFA poderiam seguir com o plano de transformar o futebol nos Jogos Olímpicos no Mundial Sub-20.

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