segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Inacreditável!!!!!! Jason Lezak salva Michael Phelps!


Equipes alinhadas para a final masculina do revezamento 4x100m livres. Austrália e principalmente a França vêm com times fortíssimos, loucos para impedir o sonho dourado de Michael Phelps. O recorde mundial dos 100m livres é de 47s50, estabelecido pelo francês Alain Bernard.

O australiano Eamon Sullivan, segundo melhor tempo da história nos 100m, abre o revezamento e baixa o recorde mundial para incríveis 47s24. Phelps, único não-especialista da prova e que havia nadado a semifinal dos 200m apenas uma hora antes, chega na cola, faz 47s51, marcando o melhor tempo da vida dele e o terceiro melhor da história, entregando o revezamento em segundo, na frente da França, que começou com Amaury Leveaux.

Garrett Weber-Gale manteve os EUA em segundo, Andrew Lauterstein manteve os australianos em primeiro e Fabien Gilot diminuiu a distância para a França. Todos nadaram abaixo de 48 segundos e vários abaixo do recorde antigo de 47s50.

Aí começou o inacreditável. O monstro Frederick Bousquet mostrou que valeu a pena não disputar as eliminatórias e se poupar para a final: cravou 46s6, tornando-se o primeiro homem a baixar a marca de 47 segundos. Ainda se aproveitou do fato de Cullen Jones ter nadado mal, fazendo o time americano cair para terceiro lugar. O australiano Ashley Callus nadou muito, mas não conseguiu superar o francês e deixou a Austrália em segundo.

Então os últimos nadadores caem na água para fechar o revezamento. A França, em primeiro, conta agora com Alain Bernard, melhor do mundo na distância, que também havia se poupado para a final. Pensei na hora: "Que vacilo, o Phelps não vai ganhar os oito ouros...". O sonho de Michael Phelps estava indo para o brejo logo na segunda final. Além de pegar o revezamento em primeiro, Bernard resolve brincar também com o relógio e nadou em 46s73, entrando para o rol dos homens abaixo de 47 segundos.

Na virada dos 50m finais, a Austrália já parecia fora da disputa do título. Estávamos a 50m da consagração francesa e do fim prematuro do sonho de Phelps. Mas aí começou a mais inacreditável recuperação que eu já vi na vida na natação (sei lá se já vi algo parecido em outro esporte...). Jason Lezak meteu a faca entre os dentes e partiu pro tudo ou nada, numa caça inabalável ao recordista mundial.

A linha do recorde mundial na televisão já era motivo de piada: simplesmente os seis primeiros estavam na frente da marca. Faltando uns 20 metros, Bernard ainda era o primeiro. Lezak então fez o impossível: num sprint final digno de levantar defunto, bateu Bernard no toque da borda, cravou impossíveis 46s06, terminou em primeiro, pulverizou o recorde mundial com 3min08s24 e decorou o peito de Phelps (que vibrava alucinadamente no bloco de partida) com a segunda medalha de ouro. A marca antiga, de 3min12s23, que havia sido batida na véspera, nas eliminatórias, pela equipe americana, parecia um tempo de juvenis. Apenas a África do Sul (sétima) e Grã-Bretanha (oitava) não superaram a antiga marca mundial.

Depois de pular da cama e gritar uns 30 "caralho", "puta que pariu" e "que porra é essa?", consegui então me dar conta que estava presenciando a história ser escrita diante de meus olhos. A última frase que balbuciei antes que meus batimentos cardíacos voltassem ao "normal" foi: "cacete, o Lezak salvou a vida do Phelps...".

Como apenas o tempo do nadador que abre o revezamento conta para homologação de recorde mundial individual, o novo recordista é Eamon Sullivan. Mas os tempos fantásticos de Bousquet, Bernard e principalmente Lezak mostram que a final individual dos 100m pode ser o ápice da história da natação mundial. E com sua belíssima marca, Phelps confirma a condição de maior fenômeno do mundo, pois prova ter condições de nadar provas de resistência (400m medley) e velocidade (47s51 nos 100m livres).

Se Michael Phelps realmente superar a marca de Mark Spitz, certamente vai colocar um busto em homenagem a Jason Lezak em sua sala de medalhas. E um detalhe: Lezak tem 32 anos e treina sozinho, na hora do almoço, pois trabalha de manhã e de tarde...

5 comentários:

Grgr disse...

Eu não vi isso, mas vc contando é emocionante. Imagina presenciar isso (até mesmo pela TV)?

Eu não sou muito chegado em olímpiadas, mas natação e remo eu gosto de acompanhar.

Seus posts de natação e futebol são os melhores!
Parabens!

Alexandre Matos disse...

:D

Vou publicar o video da prova aqui. Veja assim que puder. Não vai se arrepender.

pedrop8 disse...

Foi mesmo sensacional! Também pulei da cama com a emoção do Phelps. A imagem que mostra as batidas de mão embaixo d'água na chegada é incrível, praticamente juntas.

A arrancada nos últimos 50m foi improvável e por isso mesmo, emocionante.

Alexandre Matos disse...

Postei o vídeo da prova, narrado em chinês!

Chã, Patinho & Lagarto disse...

Puta que pariu, simplesmente inacreditável...